Modelo de Resumo Expandido
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ORQUÍDEAS COM DIFERENTES DOSES DE HORMÔNIOS REGULADORES
Mauren Sorace*, Ricardo Tadeu Faria**, Inês Cristina de Batista Fonseca**, Maria Aparecida da Fonseca Sorace***, Flávia Regina Moreira Fernandes***, Arney Eduardo do Amaral Ecker****
*Universidade Estadual do Oeste do Paraná. **Universidade Estadual de Londrina. ***Universidade Estadual do Norte do Paraná. ****Universidade Estadual de Maringá. Rua: Universitária, no 2069, Jardim Universitário, Cascavel – PR; CEP: 85819-110. e-mail: mauren_band@hotmail.com
INTRODUÇÃO
As orquídeas estão entre as plantas ornamentais mais apreciadas e de maior valor comercial. Sua presença é marcante na floricultura, sendo utilizadas tanto como flor de corte como plantas de vaso (Lorenzi & Souza, 2001). A propagação in vitro é uma importante técnica na reprodução de orquídeas, devido às sementes serem desprovidas de endosperma e apresentarem uma baixa taxa de germinação na natureza (Sorace et al., 2007).
Segundo Ramos (1969), as sementes das orquídeas diferenciam-se da maioria, das outras espécies, por não possuírem reservas nutritivas suficientes para promover sua germinação. Desta forma, as sementes na natureza germinam na presença de fungos micorrízicos (Arditti, 1979) e sob condições laboratoriais são necessários sais minerais e carboidratos para que tal processo ocorra, além de suplementos orgânicos ou inorgânicos diversos.
O objetivo do trabalho foi avaliar a germinação de sementes de orquídeas em diferentes doses de Stimulate®, um produto comercial que contem hormônios reguladores do crescimento vegetal dos grupos químicos cinetina (citocinina), ácido giberélico (giberelina) e ácido indolbutírico (auxina).
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento está sendo conduzido no Departamento de Agronomia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), localizada a 23°23’da latitude sul e 51° 11’ de longitude oeste e altitude média de 566m, no laboratório de micropropagação.
Cápsulas de Schomburkia crispa foram lavadas e posteriormente desinfetadas com hipoclorito de sódio 2,5% por 20 minutos, e abertas no fluxo laminar. As sementes da espécie foram semeadas sobre meio de cultura MS (Murashige & Skoog, 1962) com adição de diferentes doses de Stimulate®: 0 mg L-1, 1 mg L-1, 2 mg L-1 e 3 mg L-1. Após esse procedimento os frascos foram levados sala de crescimento com fotoperíodo de 16 horas e temperatura de 25 ±2°C.
As variáveis analisadas, após 6 meses, foram: altura das plântulas (AP), comprimento da maior raiz (CMR), número de raízes (NR) e número de brotos (NB).
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 4 tratamentos e 5 repetições. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a Tabela 1, as plântulas de S. crispa não diferiram significativamente, entre os tratamentos, para as variáveis ‘altura da planta’ e ‘número de raízes’. E em relação ao ‘comprimento da maior raiz’ e ‘número de folhas’ o tratamento 4 diferiu significativamente do tratamento 3, mas foi semelhante aos tratamentos 1 e 2. O número de brotos apresentou menor valor para o tratamento 2, sendo considerado um dado importante em relação ao desenvolvimento das plântulas.
O uso de reguladores químicos como tratamento pré-germinativo pode auxiliar no processo de germinação e desenvolvimento de protocormos. Miyoshi e Mii (1995) observaram que o ácido naftalenoacético (ANA), Ethephon e 6-benzilaminopurina (BAP) promovem aumento na pré-germinação e formação de protocormos de Calanthe discolor, corroborando com os resultados obtidos neste experimento com os hormônios auxina, giberilina e citocinina.
Tabela 1. Análise das culturas de Schomburkia crispa, dados médios dos resultados obtidos após 6 meses à semeadura.
* Médias seguidas de mesma letra na linha e coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.
CONCLUSÃO
As sementes da orquídea S. crispa germinadas em meio MS suplementado com 2 ml L-1 de Stimulate®, foi considerado o tratamento recomendado para esta espécie, pois promoveu melhor desenvolvimento das plântulas in vitro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
ARDITTI, J. Aspects of the physiology of orchids. Advanted Bot. Resourse, v. 7, p. 421-655, 1979.
LORENZI, H.; SOUZA, H.M. Plantas Ornamentais no Brasil. 3. ed. Nova Odessa: Plantarum, 2001.
MIYOSHI, K.; MII, M. Phytohormone pré treatment for the enhacement of seed germination and protocorm formation by the terrestrial orchid, Calanthe discolor (Orchidaceae), in asymbiotic culture. Scientia Horticulturae, v. 63, n. 3-4, p. 263-267, 1995.
MURASHIGE, T.; SKOOG, F. A revised medium of rapid growth and bioassay with tobacco tissue cultures. Physiologia Plantarum, v. 15, n. 3, p. 473-479, 1962.
SORACE M et al. Crescimento in vitro de Oncidium baueri (Orchidaceae) em diferentes concentrações de macronutrientes e sacarose. Ciências Agrárias. 2008; 29 (4):775-782.
Obs: Ao invés de asteriscos podem ser colocados números para indicar a instituição dos autores.